Vodafone Paredes de Coura 2024
De 14 a 17 de Agosto últimos teve lugar mais uma edição do festival Vodafone Paredes de Coura (a 31.ª) – o festival que põe a Praia Fluvial do Taboão nas bocas do mundo.
Este ano, segundo a organização, passaram pelo festival cerca de 100.000 pessoas, um record absoluto, onde durante quatro dias em que a música é a estrela, sobressai sempre a natureza envolvente e o encanto da localização, no anfiteatro natural mais bonito do mundo.
João Carvalho (organização) chama-lhe o “Festival da Ternura”, ou o “Festival dos Sorrisos”, eu concordo: há uma leveza feliz que emana de forma genuína a quem por lá passa. Talvez por ser verão, talvez porque a maioria das pessoas está de férias, talvez por ser Agosto – ou simplesmente um misto de todos estes ingredientes, conjugados com um Cartaz apelativo, e com um número muito grande de pessoas jovens, que vêem na possibilidade de acampar junto a um rio e ao mesmo tempo participar num festival com boa música uma magia muito especial.
Eu lá estive de novo em reportagem, desta vez do princípio ao fim, num sobe colina e desce colina, num vai ao rio, vem do rio, e como sempre, a deixar um emaranhado de emoções vir ao de cima.
Quem me conhece e lê já sabe: vou para os festivais normalmente sozinha (só assim consigo fotografar e captar melhor), deambulo pelos sorrisos e pelas pessoas como numa viagem de descoberta, deixando-me sempre cativar pela diversidade e envolvência própria que emerge nestes dias, deixando que a minha vida e os “meus” momentos se entrelacem nessa leveza alegre repleta de música, enchendo o meu coração de novas aprendizagens.
Aprende-se sempre muito em lugares onde se cruzam várias gerações, eu particularmente aprendo e descubro sempre mais sobre os meus próprios filhos quando vou a um festival (em que eles não estão…).
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Estive a fotografar apenas o ambiente do Vodafone Paredes de Coura 2024, e não os concertos.
A reportagem que se segue não é exaustiva, ficam algumas imagens, que espero recriem o ambiente bonito e “terno” que por lá se viveu.
(Imagem de encerramento do Festival Vodafone Paredes de Coura 2024.)
O Couraíso
Ir ao festival Paredes de Coura e não ir até ao rio é não viajar à essência do festival.
A Praia Fluvial do Taboão enche-se de jovens a acampar (na maioria, jovens!), e quando o tempo ajuda – como este ano – o cenário é de facto idílico.
O verde das árvores e das folhas e o som da água do rio, os mergulhos, as conversas, o dolce far niente, os sorrisos, a descontração, os cozinhados, os insufláveis, os jogos, os livros – muitos jovens a ler, é tão bom ver isso – os olhos fechados e os pés descalços, a relva, dançar na relva……
É o Couraíso, de facto um pequeno paraíso.
Durante os dias do festival, há sempre concertos gratuitos em jeito de música leve, que acontecem na rubrica “Jazz na Relva” normalmente das 15h às 17h.
Por lá passaram este ano, por exemplo e entre outros, Silentide, Bardino, Yakuza.
Houve também a rubrica “Sair da Sombra”, – conversas em que participaram, entre outros, Valter Hugo Mãe (escritor) e Alfredo Cunha (fotógrafo).
Uma preocupação (boa) da organização – dar a possibilidade de acesso a boa música, mesmo a quem não vai ao festival.
As Vodafone Music Sessions
As Vodafone Music Sessions aconteceram em locais surpresa e com concertos surpresa, apenas para um pequeno número de “sortudos” (normalmente pessoas a acampar convidadas aleatoriamente e no próprio dia).
Aqui, Samuel Úria e Milhanas, numa mini atuação na chamada “Praia dos Tesos” – ou zona recreativa de Casaldates (fora do recinto do festival).
(no segundo dia, a atuação foi em pleno Couraíso, junto ao rio – atuaram os Joy(Anonymous). Com pena não cobri o momento.
Vodafone Paredes de Coura 2024
Palco Yorn
O Palco Yorn (palco secundário) tem sempre – nas primeiras horas de atuação – uma luz muito bonita a guiar-nos até ele, e era praticamente só nessas horas que eu ia até lá.
O destaque neste palco são bandas portuguesas ou bandas estrangeiras emergentes, e apesar de eu nunca acompanhar tanto este palco, também por lá se viveram muito bons momentos – inclusivamente foi lá que efetivamente terminou o festival , no último dia, com um concerto dos Moullinex + GPU Panic.
Dizem que foi incrível.
O menos bom deste palco é que é bastante mais pequeno, num espaço apertado, condicionando sempre a minha vontade de ir até lá com o avançar da hora…..
Por lá passaram , entre outras bandas portuguesas, Wolf Manhattan, 800 Gondomar, Conferência Inferno, Valter Lobo, Benjamim,…
Palco Vodafone
A atuação dos L’Impératrice (no 2.º dia, 15 de Agosto) foi sem dúvida um dos momentos altos de todo o festival, eu desconhecia a banda, mas já tinham atuado em Paredes de Coura há uns anos atrás.
Que boa dose de Felicidade que transmitiram, que boa dose de dança, leveza, bom ritmo e alegria.
O mundo e os dias, e já agora as pessoas também – podiam ser sempre assim: alegres e leves.
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Nesse mesmo dia, um pouco antes mas ainda com luz do dia, atuaram os brasileiros Gilsons, partilhando também uma boa vibe alegre e descomprometida.
(no primeiro dia, destaco, pela negativa, Andre 3000 – estava com muita curiosidade e confesso que me desiludi mesmo)
Cat Power atuou no 3.º dia (16 de Agosto), depois dos Nouvelle Vague.
Estes – Nouvelle Vague – também sempre leves e muito dançáveis – tocaram ainda com luz do dia e em boa dose de alegria.
Eu queria muito ouvir Cat Power, mas a prestação dela foi muito estranha, acima de tudo desconfortável. A voz estava lá, e as músicas do Dylan também, mas Cat Power estava inquieta com algo que não estava a correr como ela queria (tinha a ver com a acústica, ou com a luz, ela sempre a fazer sinais e caras estranhas) e deixou o público também bastante apreensivo e desconfortável.
Foi pena.
mas continuo a ser uma grande fã.
aqui Girl in Red.
Os Nouvelle Vague foram a surpresa do terceiro dia das Vodafone Music Sessions, atuaram na Biblioteca Municipal Aquilino Ribeiro – um espaço muito bonito.
Idles
É impossível não falar dos Idles (banda britânica, e uma “das bandas” de momento) – eram cabeça de cartaz e encerraram a terceira noite, num verdadeiro concerto turbilhão, intenso, e com direito a um Moshpit como eu nunca vi.
assisti de longe, não fosse a minha câmara voar – mas para o ano acho que levo daquelas máquinas pequeninas para estar perto dos moches voadores….
Joe Talbot é direto e assertivo, leva as suas causas políticas para cima do palco, e envolve o público. E depois as músicas.
E depois os “Fuck, Fuck, Fuck, ….”, como forma de trazer ao de cima o que nos descontenta, num ato de libertação, de deixar ir a raiva, trazer ao de cima o que está mal,….
A seguir a todos estes impulsos violentos e intensos há sempre um apaziguamento, uma onda de Amor que ele insiste em fazer prevalecer. Com uma voz que nos atravessa.
O último dia (17 de Agosto) também foi intenso.
Eu destaco os SlowDive – são maravilhosos.
Proporcionaram uma viagem bonita até às estrelas, vamos de olhos fechados a locais bonitos que desconhecemos, vamos de forma suave e melancólica.
Mas a melancolia também pode ser doce, e com os SlowDive é.
Jesus and The Mary Chain – voltei aos meus 16 anos.
e é sempre bom voltar, se bem que não vibrei com este concerto.
Gostei claro, mas não vibrei.
Os Fontaines DC (banda irlandesa) encerraram o festival (no Palco Vodafone).
Banda que também traz as suas causas políticas para o palco, tem sonoridade bonita e potente, a meu ver a banda perde porque o vocalista não interage com o público.
Para uma banda me conquistar eu preciso de sentir interação, sentir que naquele momento presente eles – em cima do palco – estão atentos a nós, cá deste lado.
Faltou-lhes isso…..
Vodafone Paredes de Coura 2024
O Festival Vodafone Paredes de Coura 2024 encerrou mais uma vez de forma bonita, convidando o público a esperar – no final do último concerto – soltando depois foguetes e iluminação especial, enquanto se viam imagens do que foi sendo o festival.
Um acabar em alegria, e de forma feliz – com a promessa de voltar em 2025 – de 13 a 16 de Agosto.
Marque na agenda!
Ver-nos-emos lá!
(fotos da conferência de imprensa VPC 2024 | 17 de Agosto) Leonor Dias – (Vodafone pt), João Carvalho (Festival Paredes de Coura), Catarina Soares (Ritmos Produção Eventos)
Festival Vodafone Paredes de Coura 2024
14 – 17 Agosto
Praia Fluvial do Taboão | Paredes de Coura
Edição 2025
13 – 16 de Agosto
www.vodafoneparedesdecoura.com
organização | Produção
Ritmos | Organização de Eventos
A edição do ano passado pode ser vista AQUI.
Para as fotos dos concertos – veja as fotos oficiais pelo fotógrafo oficial – Hugo Lima Photography.
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