Festival Vodafone Paredes de Coura
O mítico Festival do Minho celebrou este ano, 30 anos,
com quatro dias repletos de música (boa), imersão na natureza, e alguma chuva (abençoada).
Vodafone Paredes de Coura
“Um festival irreverente e bucólico”, que já vai na sua 30.ª edição,
e que coloca Paredes de Coura e a Praia Fluvial do Taboão nas bocas do mundo.
Quem conhece e vive este festival confirma: não há anfiteatro natural mais bonito do que este, que se alinha nas margens do rio Coura, entre um verde imenso e intenso a colorir a paisagem, e em que os dias se celebram com a jovial curiosidade de quem vai para ver e ouvir, ora bandas de culto, ora bandas a estrear, num misto de estilo de vida que tem sempre a música como pano de fundo.
Mas depois há toda uma magia envolvente.
Há o festival em si, que acontece num recinto bem delimitado, entre o êxtase habitual de quem lá vai para vibrar com os artistas, as esperas em primeira linha, em frente à grade, a vibração da música, que nos faz soltar o corpo, os moches, a alegria esfuziante, a leveza de nos deixarmos ir pela noite dentro….
e depois há o Couraíso,
com a envolvente do campismo, os banhos demorados, os saltos no rio, os barcos insufláveis coloridos, os dias e as tardes a passarem devagar, a alegria dos jovens, muitos jovens, e a irreverência libertina de quem tem toda a sua vida pela frente.
E que bom que é, essa libertinagem.
Essa ideia de que a vida ainda se nos depara inteira ali a passar, tão cheia de coisas boas, …
tantos sorrisos, as tatuagens e os piercings, cabelos pintados de cor forte ou os sonhos bem ali agarrados e visíveis na pele.
Deambulei por esse mundo tão real durante dois dias,
(este ano estive no Festival Paredes de Coura apenas nos primeiros dois dias em reportagem de ambiente (não dos concertos).
Deixei que os meus 55 anos se continuassem a vestir de sonhos,
(aliás como faço sempre, ….), tirei as botas e passeei descalça,
fiz da minha Fuji a melhor companhia,
falei uma ou outra vez (ou mais uma e tantas outras vezes) sozinha….
Olhei para cada jovem como se ali estivesse um dos meus filhos, (nenhum deles estava),
mas deixei que o que ia vendo e vivendo me sirvisse para os compreender melhor (os filhos).
E fiz-me acreditar que sim, que também para eles a vida se lhes apresenta inteira e sorridente, uma vida cheia, pela frente….
Sentei-me na relva, dei tempo ao tempo, li um bom bocado do livro que tinha comigo,
observei quem também lia e constatei com alegria que ainda há muitos jovens que lêem (livros).
Vi passar As Vinhas de Ira, de Steinbeck, vi passar Saramago, Isabell Allende e Afonso Cruz, entre outros livros que não consegui perceber o nome do autor nem o título …
Escrevinhei pensamentos no meu caderno de notas, cantei, dancei, dancei e ,
sorri muito,
e quase sempre, me sorriram de volta.
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A partir da hora do lanche e até depois de ser noite foi tempo de concertos, ou de avançar para o Festival propriamente dito.
Subi e desci incansavelmente e vezes sem conta até ao Palco Vodafone, (sempre resplandecente perante o mítico anfiteatro natural, e que ganha uma aura especial ao entardecer) ou escapava igualmente em vai e vem até ao Palco Yorn, palco mais abrigado mas dedicado à nova geração de artistas.
A celebração dos 30 anos do Festival Paredes de Coura contou este ano com um cartaz variado,
talvez sem um nome muito sonante como cabeça de cartaz mas mesmo assim com um conjunto de bandas consagradas, como Lorde, Little Simz, Wilco, Loyle Carner, Jessie Ware, The Walkmen…..,
e no Palco Yorn Snail Mail, Sudan Archives, Squid, A Garaota Não, Kenny Beats….
(eu, dos dois dias que estive presente, delirei no primeiro com a energia do Frank Carter & The Rattlesnakes,
e no segundo com o Hip Hop elegante de Loyle Carner, e a terminar, com a atuação densa e teatral de Fever Ray, que me transportou para outro mundo)
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Durante o dia, nas margens do Rio e para qualquer público (mesmo sem direito a entrada no Festival) também houve vários momentos musicais
(eu assisti aos de Raquel Martins, e aos Du Nothin (de quem fiquei fã), e fizeram parte do Festival também as Vodafone Music Sessions – iniciativas de sucesso com mini concertos a acontecerem em locais especiais e inusitados.
Samuel Úria, Caio, A Garota Não e Tim Bernardes foram nomes que fizeram parte destes concertos intimistas.
Vá-se lá saber como, falhei todos……
No terceiro dia de festival, e apenas nesse dia, chegou a chuva, em força, como que a pôr à prova a resistência do público, mas não há chuva que demova quem se alimenta de música e de sonhos, e pelo que sei (no terceiro dia já lá não estava) ninguém arredou pé…
No último e quarto dia do festival, a festa terminou em grande, em tons de rosa, com balões, numa onde gigante de alegria, e com a promessa de que para o ano haverá mais.
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Segundo a organização, passaram este ano pelo Festival 80 000 pessoas.
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Ficam aqui algumas imagens, que espero consigam transmitir a beleza e a magia deste festival.
E fica então um até pró ano
– O Festival Paredes de Coura regressa de 14 a 17 de Agosto de 2024.
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Deixo ainda um obrigada a quem passa por mim e me reconhece,
a quem me lê, a quem me alimenta sorrisos.
Afinal de contas “Viver o Porto” é muito mais do que viver a cidade que lhe dá nome,
diria que é Simplesmente viver, viver os dias, viver a vida e ir de encontro aos bons sorrisos.
Ter vivido estes dias de um Festival tão bonito e cheio de sonhos faz-me continuar a querer sempre Viver,
o nosso pequeno mundo, a vida, a surpresa dos Dias.
estou sempre em sintonia com os Pé na Horta
O Cartaz
O Couraíso
Aqui os Du Nothin, fiquei fã…..
Duas marcas que gosto e conheço: UR e SensiHemp
Para uma cobertura completa dos Concertos e Festival sugiro passarem pelas fotos do Hugo Lima (fotógrafo incansável e oficial do Festival)
e da página Noizzept, com fotos também incríveis tiradas pelo Nuno Coelho.
Na página do Instagram do Viver o Porto, ficam nos Destaques alguns vídeos.
Festival Vodafone Paredes de Coura
30 Anos
16 – 19 Agosto 2023
Praia Fluvial do Taboão
Paredes de Coura
www.vodafoneparedesdecoura.com
Organização:
Ritmos – Promotora de Eventos
Próxima Edição
14 – 17 de Agosto 2024
Como Chegar a Paredes de Coura desde o Porto:
carro: cerca de 1h 30, via A3
Transportes:
Rede Expressos.
PT
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