Já aconteceu, e já temos muitas saudades….
Foi de 13 a 16 de Agosto últimos,
mais uma edição (a 32.ª) do Festival Vodafone Paredes de Coura –
Festival Vodafone Paredes de Coura 2025 –
este ano debaixo de calor intenso,
e com os passes gerais e o último dia do festival totalmente esgotados, dias antes de o mesmo ter começado.
Em palavras à comunicação social João Carvalho (diretor do festival),
afirmou que esta edição irá ficar para a história,
acrescentando ainda que há muitos festivais em Portugal e na Europa que deixaram de existir,
já o Vodafone Paredes de Coura se manifestou com lotação esgotada – ….,
e que isso significará por si só alguma coisa.
Eu concordo:
não há festival de verão com este carisma,
que se nos apresente perante tamanho anfiteatro natural de verde e junto às margens de um rio,
e que albergue durante quatro dias ( ou ainda mais, se contarmos com os dias antes (e gratuitos) do Sobe à Vila)
uma genuína felicidade de quem por lá anda.
Disse alguém num vídeo que circulou nas redes sociais que ali se encontra o melhor da humanidade,
fazendo alusão ao facto de que há um genuíno bem estar e sentimento de entre-ajuda,
e – acrescento eu em sincronia –
um convívio salutar entre tantos seres e entre cada um, num abraçar de tanta diversidade.
O mundo deveria ser assim sempre, é verdade.
Uma prolongação desta destemida e saudável convivência e alegria,
juntamente com a música, com a dança, com a leveza dos dias de verão.
Disse também Valter Hugo Mãe,
(num texto lindo que a organização do festival decidiu ter em letras grandes à entrada da relva)
que toda a gente deveria, uma vez na vida, passar uns dias no Vodafone Paredes de Coura.
Apoiado!
“Coura é Amor”,
mas é também intensidade e muito cansaço, …mas do bom.
Por agora, guardo tudo nas minhas memórias;
escritas, e em imagens,
sem saber nunca o que o próximo ano será,
mas no coração carrego para sempre tantos momentos bonitos e tantos sorrisos,
que sabem bem eternizar.
***
***
Estive mais uma vez em reportagem com o Viver o Porto a fotografar esta edição
do Festival Vodafone Paredes de Coura,
aqui ficam alguns registos.
(no instagram há mais imagens e vídeos nos destaques.)
(post 2 AQUI, com Gente Bonita no festival)
Vodafone Paredes de Coura 2025
Dia 1
13 de Agosto 2025
quarta -feira
Zaho de Sagazan
O primeiro dia do Vodafone Paredes de Coura 2025 quase que deveria ser escrito em francês, porque as palavras que me ecoam são ainda as de Zaho de Sagazan, cantora francesa que me fez arrepiar e que foi (para mim) a surpresa da noite.
Perante a imensidão do recinto de Coura à sua frente, Zaho confessou que só muito recentemente descobriu o quão bom e importante é chorar, e que chora muito……
(conquistou-me logo aí, porque eu também sou dessas…)
depois, falou em Tristesse – e que bem que soa em francês a palavra Tris-te-sse, assim como as palavras “Je T’aime” – tendo entoado logo de seguida a sua La Symphonie dês Éclairs, levando a plateia ao êxtase. (Zaho de Sagazan veio inclusive junto do público, deixando algumas pessoas pegarem no microfone e cantarem também).
A noite foi dela, e acho que esse dia do Vodafone Paredes de Coura também – dia aliás que presumo ter sido um dos primeiros dias mais lotados do festival dos últimos tempos.
Zaho de Sagazan passou depois para a sua vertente mais eletrónica e dançável, num contínuo de êxtase, destacando-se a versão Modern Love de David Bowie.
vampire weekend
Os Vampire Weekend – banda indie de Nova York – encerraram a noite no palco principal, com uma atuação radiante e dançável.
Eram o grupo que mais me atraía para o dia 1, se bem que não foram os que mais me surpreenderam….
MJ Lenderman
MJ Lenderman é um cantor/compositor americano, que deslumbrou pela suavidade e beleza.
Foi um belo embalo, no palco principal.
Don West
Don West é australiano, cantor de influências soul e de muito charme, atuou no palco mais pequeno, o Palco Bacana Play, atirando flores vermelhas ao público no final.
foi uma das atuações que me surpreendeu também, neste primeiro dia.
Nilufer Yanya
Cantora britânica, de 30 anos.
Atuou ainda de dia, no palco principal.
Confesso que me “irritou” um pouco o facto de só ter tirado os óculos de sol mais para o fim, ou seja, já quando eu não podia fotografar.
Ficava bem melhor sem aqueles óculos……
Unsafe Space Garden
Sou completamente fã dos Unsafe Space Garden, banda portuguesa que atuou no palco Bacana Play, e que nunca desiludem.
Ainda neste dia 1, mas sem ter registo de imagens, atuaram também:
Samuel Úria (abriu o palco principal), e no palco Bacana Play : Capicua, com a sua atuação naturalmente ativista, Badsista e JVbsucks. (estes dois mais para fim da noite e com direito a mosh e crowd surfing).
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Dia 2
14 de Agosto de 2025
quinta-feira
Lola Young
Esteve um calor desmesurado neste segundo dia, que me roubou toda e qualquer energia, só conseguindo movimentar-me quando o sol já ia muito baixo, pelo que neste dia, quase não fotografei.
Mas em ambos os palcos a vibração foi sempre intensa, imune a qualquer temperatura.
Lola Young não desiludiu, pelo contrário – o seu vozeirão encheu a noite e teve um público bem rendido e a saber de cor todas as suas letras, para além do viral Messy. Naturalmente foi com Messy que Coura inteiro vibrou, e com as palavras de Lola Young para com o público português: “you are the best crowd ever,” “I want to come to Portugal”.
Seria fingido ou não, a verdade é que cai sempre bem e o público rejubila.
Portugal. The Man
Portugal. The Man encerraram o dia 2, no palco principal, num regresso a Paredes de Coura passados 9 anos.
John Gourley, vocalista, exibiu-se com uma camisola vintage do futebol clube do Porto e anunciou em palco que ia ficar mais uns dias por Paredes de Coura.
perfume Genius
Perfume Genius trouxe as suas atuações excêntricas e teatrais com uma cadeira, em registo ora intimista ora barulhento.
Palco Bacana Play:
atuação Fat Dog
adorei os Fat Dog, mas só assisti de longe.
Os La Lom são uma banda instrumental de Los Angeles, California.
Atuaram ainda de dia, em jeito que parecia a “dança do vira” do Minho, ……
Neste dia ainda:
no palco principal: Linda Martina (concerto incrível desta banda portuguesa que já completou 20 anos, mas não fotografei), Terno Rei, brasileiro em jeito lento, ainda de dia.
no palco Bacana Play: Bed Legs, Glockenwise, Travo (estes em substituição dos Maruja, cancelado à última hora. Os Travo substituíram em grande nível, numa atuação com o público ao rubro, como já tinha acontecido uns dias antes no concerto na vila).
ainda neste palco, Soft Play, e The Hellp.
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Dia 3
15 de Agosto de 2025
sexta-feira
Cassandra Jenkins
No terceiro dia saiu vencedor o palco mais pequeno, que começou com a serena e melodiosa Cassandra Jenkins, e foi progredindo de tom, com as atuações de Bar Italia e as Lambrini Girls, (mais para a noite, que já não vi, os La Jungle, Ela Minus e Jersey, mas eu não tive energia para tudo.
Bar Italia
Gostei muito.
Banda que já esteve para atuar antes em Paredes de Coura e teve de cancelar à última hora.
Foi uma bela confirmação de regresso com um público de braços abertos e recinto naturalmente cheio e aos pulos.
Lambrini Girls
As Lambrini Girls são um grupo inglês de punk rock, com atuações apoteóticas a despoletar o caos e os saltos e os gritos, por entre muito mosh e crowd surfing, inclusivamente com a vinda de uma das L Girls para o lado do público.
Gostei bastante de ver e de fotografar, essencialmente por todo o caos gerado, não particularmente pelo tipo de música em si.
Atuaram no palco Bacana Play, e foi a minha última ida nessa noite a esse palco – que requer bastante coragem tanto na ida – cruzar a multidão compacta – mas ainda mais no regresso: furar ao contrário a multidão em pleno concerto.
(a não ser que se fique até final do concerto, aí sim, vem-se em corrente com a multidão, e é mais fácil, do que romper ao final das 3 primeiras músicas, num recinto que não tem corredor de passagem para os fotógrafos. Este palco é especialmente complicado, senti-me bem amassada várias vezes…..)
Black Country, New road
Já no palco principal, as Black Country, New Road – banda inglesa de rock experimental.
Uma atuação bonitinha e com vozes bonitinhas, mas eu esperaria mais…..
King Krule
King Krule (ou Edgar The Breathtaker, no instagram) – regressou a Paredes de Coura “onde já foi muito feliz” e deu um incrível concerto, deslumbrando a noite e a lua e todos os que estavam a ouvir. (e mencionou ainda Cristiano Ronaldo)
Mk.Gee
Mk.Gee (Michael Todd Gordon) é cantor e compositor americano, encerrou a noite no palco principal do terceiro dia, em registo bastante atmosférico, numa sonoridade descontraída e algo distorcida, mas sempre com uma intenção estética.
Eu gosto sempre destas atuações sonhadoras que nos levam a tantos devaneios…..
Regressei a casa a olhar para a lua, e naturalmente, a sonhar…..
Ainda neste dia, mas sem fotos:
Dino D’Santiago, a abrir o palco principal; Geordie Greep ou @EmperorGreep, que foi absolutamente incrível – para quem gosta de jazz. Eu assisti da varanda da zona de imprensa e amei.
No palco Bacana Play, mais à noite, como já referi em cima: La Jungle, Ela Minus e Jersey, para os quais não tive energia.
Dia 4
16 de Agosto de 2025
sábado
O último dia foi um crescendo de alegria e nostalgia, entre um cansaço natural de quem já subiu e desceu tantas vezes aquele verde; e uma animosidade lenta em comunhão com a magia de quase todos os concertos deste dia.
Os Diiv são rock alternativo americano, tocam em registo “shoegaze” e também ativismo político.
Foi um concerto muito bom, ainda com a luz do dia e a colina de coura repleta.
O público estava ali para estar, para absorver, para se deliciar.
Acho que o céu azul e a temperatura do ar – já bastante menos calor neste dia – também estavam alinhados, a delícia foi perfeita, entre o tempo a fluir, e os olhos fechados.
Hinds
Hinds são uma banda espanhola de indie rock, tocaram cheias de garra e animosidade no palco Bacana Play.
Sharon Van Etten
Cantora, compositora e também atriz, americana.
Foi tão bom, tão bom.
Continuo a regressar às suas músicas em loop, volto em memórias mil a uma viagem bonita.
Air
Banda francesa de música eletrónica, os Air são conhecidos por fazerem partes das bandas sonoras dos filmes de Sofia Coppola.
O festival caminhava lentamente para o seu fim, o público permanecia denso e calmo e feliz, absorvendo em pleno todo aquele ambiente, muitos de mãos dadas ou cabeças nos ombros, muitos olhares para o céu.
Paredes de Coura resplandecia, antes da apoteose final.
Franz Ferdinand
Banda escocesa formada em 2002, uma das minhas bandas favoritas de sempre.
Os Franz Ferdinand eram os cabeças de cartaz deste último dia e encerraram o palco Vodafone, numa apoteose total.
Eu dancei, dancei, dancei, – tentei fazê-lo ao ritmo dos saltos de Alex Kapranos (vocalista), mas ele tinha ainda mais dinamismo do que eu.
Adorei.
Houve muito crowd surfing bem assistido, perdi também um bom tempo agarrada às grades a assistir a toda esta dinâmica corajosa de quem se aventura nisto que é deixar-se levar em braços até ao fosso…..
Quem o fazia terminava em verdadeiro regozijo e emoção, como que em sinal de missão cumprida….
E nada melhor do que o recinto de Paredes de Coura – naturalmente a descer – para se fazer crowdsurfing.
Quem sabe um dia, ainda experimento……
No final da atuação dos Franz Ferdinand, a habitual festa no recinto, com lançamento de confettis e balões e um vídeo resumo dos 4 dias de festival.
Eu estava por baixo dos confettis, confesso que em alegria perfeita e em comunhão com o momento.
Não tive depois energia para ficar para o concerto dos Gurriers, no Bacana Play – que consta foi apoteótico também.
Mas regressei ao meu descanso com a dose certa de festival.
O Vodafone Paredes de Coura regressa para o ano, de 12 a 15 de Agosto.
(a seguir mais posts sobre o festival,
com imagens do rio e do público).
créditos esta foto @hugolimaphotography
O cartaz completo do
Vodafone Paredes de Coura 2025
Festival Vodafone Paredes de Coura 2025
13 – 16 Agosto 2025
Praia Fluvial do Taboão
Paredes de Coura
Organização
João Carvalho (diretor)
Imprensa Ritmos
Próxima Edição:
12 – 15 Agosto 2026
Fotos e Texto:
Paula Calheiros | Viver o Porto
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