PRIMAVERA SOUND PORTO 2024

06 a 08 Junho
Parque da Cidade do Porto

Já todos sabemos que a chuva faz parte de qualquer edição do Primavera Sound Porto, e desta vez, a 11.ª edição deste festival, não foi excepção.
Mas não tenho bem a certeza se é essa instabilidade climatérica, – ou essa ameaça do chove não chove, afinal sim , pode ser que não, mas já vai passar – que mexe com todas as minhas emoções.
E quando eu digo mexer com as emoções,
refiro-me a um denso emaranhado de pensamentos, descobertas, discernimentos, conclusões ou indecifrações,
que vão tomando conta de mim ao longo dos três dias de festival.
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O Primavera Sound Porto é o festival a que mais vezes fui, que acompanho desde a primeira edição, e pelo qual sempre tive a maior das paixões.
Muito disso deve-se ao conceito do festival em si, mas a acrescer pesa-lhe o facto de acontecer mesmo ao lado de minha casa,
e ter lugar num dos locais mais bonitos da cidade do Porto, e em comunhão com a natureza – o Parque da Cidade.
11 anos é uma grande maturidade, de crescimento, evolução, mudanças.
11 anos são muitos anos, tanto na vida de um festival como na vida de qualquer um de nós.
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E como disse uma amiga minha quando comentava com ela que o Primavera Sound já não é o que era, ela respondeu “mas nós provavelmente também não….”
Talvez seja muito isso, apesar de achar que o essencial do que somos está sempre cá, cresce connosco.
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Voltando às emoções.
Normalmente estou no Primavera Sound Porto em reportagem, (exceptuando as duas primeiras edições)
o que me faz preferir (salvo naturalmente algumas ocasiões) andar no recinto sozinha de um lado para o outro.
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Sozinha consigo gerir melhor o tempo e o que quero fotografar, consigo estar com mais atenção a tudo o que se passa, consigo sentir
– é isso, as emoções – sentir e deixar fluir emocionalmente tudo o que vem até mim.
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São três dias de muita música, de leveza e alegria, mas essencialmente de muitos encontros, re-encontros, coração quente.
Muitos abraços, euforias, reencontros com pessoas que raramente vemos, ou que já não víamos há muito tempo,
amigos, conhecidos, novas conversas, novas amizades, amigos casados, amigos descasados, divorciados, novos namoros, novos casamentos, novas euforias.
Pessoas que nos fazem uma festa quando nos vêem,
pessoas que fazem de conta que nem sequer nos vêem, pessoas que nos festivais encarnam personagens,
amigas que têm ataques de choro e a quem se dá sempre o ombro,
amigas que aproveitam o fim de tarde com a anémona envolta em pôr do sol e a música a embalar para desabafar,
os filhos dos amigos a passar, muitos filhos de amigos nos bares a trabalhar… “olá tia” ….., …..,
…
a vida a passar.

A vida percorre-me os dias enquanto deambulo pelo Primavera,

enquanto danço na alegria do momento, enquanto me deixo imiscuir no emaranhado de pessoas e diversidade que ali estão presentes,
enquanto me abstraio a ouvir as bandas que já conheço ou que descubro no momento, enquanto salto de palco em palco, enquanto constato que de facto o palco Porto não é o melhor.

A vida mexe comigo quando finalmente – normalmente no último dia, tenho a companhia do meu marido, dou-lhe a mão, sentimos juntos.
E já passamos tanto, juntos.
Já não é novidade, mas o mês de Junho e o Primavera Sound Porto têm-nos brindado sempre com as mais densas emoções nesta altura do ano.

A vida percorre-me os dias no Primavera,
Penso nos meus filhos, penso (sempre e tanto, constantemente,) nos meus Pais.
(sou da geração sandwich, ali presa entre a inconstância e os voos altos da geração abaixo, e a preocupação e cuidado, com a geração acima , ).
Três dias de festival por entre 100 000 pessoas, conhecidas, desconhecidas, tanta gente,…., um turbilhão de emoções.
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Talvez eu já não seja a mesma de há 11 anos atrás,
que já não sou – e até já venho de cabelos brancos –
mas no final, tenho de concluir:
quer venha a chuva, os trovões, quer venha o descalabro das emoções,
Sei com toda a certeza, que para o ano,
vou querer voltar.
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(No dia seguinte ao festival, domingo,
e com o coração a bater muito forte,
sentei-me ao lado da sua cama:
Pai, que saudades,
dou-lhe a mão – tão fraquinha –
olha para mim – tão fraquinho, sem falar.
Pai, já estou aqui outra vez.)

Primavera Sound Porto 2004
Dia 1

Chove não Chove
O dia mais calmo

Ficam algumas imagens do ambiente que se viveu no Primavera Sound Porto 2024.
Não fotografei os concertos.

A Marie.
Eu e a Marie (eu não conhecia a Marie de lado nenhum, mas fiquei a saber quem era já no ano passado (e para quem não sabe, foi uma participante do Big Brother, que deu nas vistas pela maneira de falar e de se vestir)
Este ano estávamos sempre a deparar-nos uma com a outra, talvez pela tendência de acertarmos todas as vezes no mesmo lado dos palcos, sem qualquer combinação prévia.
Isso também me aconteceu com muitas outras pessoas, que nos fomos vendo os dias todos ao longo do festival, enquanto outras, que sei que lá estiveram, e nunca me consegui cruzar com elas.
Provavelmemente tem a ver com isso do karma, ou com o destino, ou sei lá……

No último dia, e voltando a encontrar-nos, desta vez no Palco Super Bock, eu e a Marie tivémos um ataque de riso e genuinamente demos um grande abraço.
(sempre as emoções)

(os meus highlights Dia 1:
Royel Otis, Mitski, PJ Harvey)
e a constatação da histeria teenager com a Sza.

Dia 2

O Trovão.
O Cancelamento do palco Vodafone.

os meus highlights Dia 2:
Máquina, Samuel Úria, The Last Dinner Party.
não posso deixar de salientar a inacreditável enchente eufórica de Lana del Rey

Dia 3

Chuva que não era para ser
A Luz bonita no Palco Plenitude

Alimentação no Primavera Sound Porto 2024

Destaques:
Restaurante Prima – com Vasco Coelho Santos e Mauricio Ghiglione
Goela (novidade deste ano) com João Ribeiro
Pé na Horta – sempre em sintonia nos mesmos festivais | os melhores hambúrgueres, com opção vegan
Il Fornaio – boas Pizzas
Cinco – (novidade este ano) – cinco propostas de cinco Chefs ( Vasco Coelho Santos (Euskalduna), João Pupo Lameiras (RO), Pedro Braga (Mito), João Magalhães, Pata Gorda), Mauricio Ghiglione (Belos Aires)
Vinhos Papa Figos (Sogrape)

Palco Vodafone
o Melhor Palco de sempre

a maravilha do concerto dos Pulp
a maravilha do concerto dos The National (no Palco Porto)

completamente fã dos The National.
Voltem sempre.
(mas não havia necessidade de fazer política…..)

(Créditos esta photo @primaverasoundporto)

os meus highlights último dia:
Best Youth, ao longe e coberta da chuva,
Pulp, The National.

falhei o Conjunto Corona, dizem que foi incrível.

Até para o ano,
Primavera Sound Porto!

Fotos dos Concertos

A minha credencial apenas me permitia fotografar o ambiente, sem poder fotografar nem os concertos nem os artistas, pelo que para ver fotos dos concertos terá de aceder às páginas de Facebook ou Instagram oficial do evento, ou diretamente nas redes sociais do Hugo Lima, que é o fotógrafo oficial do Primavera Sound.