Terno e Cruel, em Estreia no Teatro Nacional de São João

Terno e Cruel,
de Martin Crimp,
estreia
no Teatro Nacional de São João.

22 Fevereiro
a 03 de Março
2024

assisti a um ensaio aberto à imprensa,
ficam algumas imagens.

Terno e Cruel

é uma adaptação da tragédia de Sófocles, as Traquínias, posta agora em cena numa co-produção entre o Teatro Nacional de São João e a companhia portuense Assédio.
No ano em que completa 26 anos, a Assédio prepara pela 7.ª vez um texto do dramaturgo britânico, Martin Crimp.
A encenação é de João Cardoso.

A tragédia “imperfeita” e menos conhecida de Sófocles, une os destinos de Dejanira e Héracles.
Em Terno e Cruel,
Martin Crimp transpõe o mito para os nossos dias e para as consequências tantas vezes desastrosas da chamada “guerra ao terrorismo”.

“Pode um general que atravessa a fronteira para “cortar o terror pela raiz”,
reduzindo a pó uma cidade estrangeira, ter paz dentro de casa?”

Ao herói de escrúpulos ambíguos de Sófocles, auto-sacrificado no desfecho da peça como castigo pelas suas muitas transgressões, Crimp contrapõe um absoluto impenitente, produto perfeito do poder militarista que o sacrifica sem remorsos para se proteger. E à esposa da peça original, vítima relativamente inocente das suas circunstâncias e pouco capaz de agir para a elas se sobrepôr, Crimp oferece uma mulher dolorosamente consciente de quem é o marido e inabalável na sua recusa do papel de vítima. À conta do embate entre ambos, a tragédia de Sófocles transcende os seus moldes originários e chega em Terno e Cruel mais relevante do que nunca.
(excerto de texto retirado da folha de sala)

João Cardoso, Encenador, durante o Ensaio

Interpretação da Peça:
Ângela Marques, Daniel Silva, Inês Afonso Cardoso, João Cardoso, João Castro, Lé Baldé, Luísa Guerra, Pedro Galiza, Pedro Quiroga Cardoso e Sara Neves.

Eu, se fosse a si, não perderia.
Uma peça terna e cruel, mesmo!
E a ter lugar num dos teatros mais bonitos do país.