O Café Corcel: quem se lembra dos seus antigos tempos?
Um Café icônico da cidade do Porto, nascido em 1967 e que fazia fervilhar o Bairro do Pinheiro Manso, próximo da Boavista, sendo ponto de encontro de artistas, empresários e muita gente nova e estudante.
Os tempos foram no entanto passando, e o Café Corcel foi perdendo muito da sua vida e frequência, chegando quase a encerrar portas, até que – fez no início de Julho precisamente 1 ano, inaugurou com nova alma e novo fervilhar, pelas mãos de Rosário Carvalho Guerra, (Rosarinho, para muitos, – Ruca para mim, pois conhecemo-nos desde os bons velhos tempos de faculdade).

Para o novo Café Corcel Rosarinho trouxe consigo a experiência acumulada à frente da Pastelaria Briosa em Coimbra, e a oferta única de doces conventuais para o Porto.
A isso juntou-lhe ainda a opção de Pizzas, e toda uma gama de opções típicas que uma boa cafetaria ou snack bar tem: tostas, saladas, prato do dia, francesinhas…..

Não demorou tempo para que o Café Corcel voltasse a fervilhar e a ganhar o glamour dos bons velhos tempos, diria até que é um dos cafés mais trendy do Porto, por onde passam um diverso leque de gerações ao longo do dia, e de novo frequentado por artistas e tanta gente bonita.
Parabéns Ruca, o Porto faz-se de gente assim!

Quem por aí já tem frequentado este renovado Café Corcel?

CAFÉ CORCEL

fotografia tirada a uma fotografia de parede do Café Corcel

CAFÉ CORCEL

Vida nova e muitos doces conventuais

Rosarinho Carvalho Guerra – Café Corcel Porto

“Gosto de pegar em coisas velhas e transformá-las.
O espaço estava decadente, e eu como antiga frequentadora e com tão boas recordações fazia-me pena vê-lo assim.
Além disso ficava num bairro que eu gosto, e onde já andava a pensar investir. Queria investir na minha cidade, o Porto, e queria um local onde eu me sentisse bem e onde pudesse receber os meus amigos, como se fosse quase a minha segunda casa.
Queria também apostar numa coisa que não havia por cá, da qual eu tinha grande conhecimento, e que me tinha sido passado pelos meus bisavós – a doçaria conventual.

“Portugal tem um dos maiores patrimónios doceiros do mundo, e a história dos doces conventuais é muito rica.
Os conventos eram frequentados por meninas nobres da sociedade, que não casavam ou não podiam casar, mas recebiam cartas de amor dos seus amados que não podiam ser descobertas pelas freiras. Consta que por exemplo a massa dos pastéis de tentúgal é assim muito fininha para que as cartas pudessem ser lidas através dela;…, muitos dos nomes dos doces têm uma enorme carga sensual, como os suspiros, por exemplo, ….

“Peguei no espaço e recuperei-o, mantendo o logotipo (o icónico cavalinho) e muito da sua identidade.
Tive de rentabilizar a área, pois era muito grande, por isso para além dos doces conventuais alarguei a oferta para as opções de cafetaria.
Trouxe também comigo um pizzaiolo experiente, e assim no Café Corcel também se podem comer boas pizzas!
E focaccias, e burrata, e francesinhas,…
Tudo muito bom!

“Tinha tudo preparado para abrir quando rebentou a pandemia, mas eu já não podia voltar atrás.
E resolvi seguir em frente.
O renovado Café Corcel fez um ano a 9 de Julho de 2021,
e eu não me posso queixar! “

Rosarinho Carvalho Guerra

Um café trendy de volta ao bairro

Voltou assim a fervilhar o bairro do Pinheiro Manso, com o Café Corcel a chamar todas as atenções, e agora que é Verão, com a sua esplanada em esplendor.

Para além dos já mencionados doces conventuais, dos bolos deliciosos diversos, dos chocolates, das pizzas e da sua variada oferta que vai desde o pequeno almoço até ao final da noite, (também há sumos, bebidas variadas e vinho) tem havido música ao fim de tarde ao ar livre, normalmente a acontecer às quintas ou sextas feiras, dias que encantam com sons suaves de jazz e vozes bonitas, e em que o final de semana já parece estar a chegar.

Consta que o Rui Veloso em tempos se sentava no Café Corcel a escrever as letras das suas músicas, hoje em dia já por lá vi outros músicos famosos do Porto. Quem sabe que letras dali sairão…..

São assim os cafés de bairro.
Contam histórias e poesias triviais da cidade, acompanham os ritmos do dia, enchem-se de pessoas comuns e de outras que se calhar de comum nem tanto, numa mescla de vidas e encantos que fazem do Porto um lugar tão nosso, e tão cheio de alma.

Se ainda não visitou o Café Corcel, visite, e, enquanto lá estiver – quem sabe a degustar um D. Rodrigo do Algarve ou uma barriga de freira de Coimbra, ou mesmo um simples pastel de nata ou um café, imagine-se a fazer parte de uma bela canção.