Este é mais um post muito pessoal – #my biggest battle /
This is another very personal post – #my biggest battle

My Biggest Battle
a minha vida com cancro da mama
PT
My Biggest Battle.
Há trinta anos atrás decidi deixar de comer carne.
Tudo começou porque queria emagrecer, mas na procura pela melhor forma para o fazer deparei-me com bons livros sobre macrobiótica, e tudo o que li fez sentido para mim.
Curiosamente, nessa altura no Porto um dos poucos restaurantes alternativos na cidade ( se não o único) que não servia carne era o Suribachi, restaurante macrobiótico e que ainda hoje existe.
Para além de ser restaurante, tinha também loja com produtos específicos e espaço para terapias.
O Suribachi tornou-se durante muito tempo a minha segunda casa, e a macrobiótica revelou-se para mim a melhor forma de se viver. Fiz inclusivamente um curso de culinária macrobiótica, e fui sempre dizendo
“se um dia tiver uma doença grave vou saber exactamente como curá-la, através deste tipo de alimentação”
Os anos foram passando, eu nunca mais voltei a comer carne, mais tarde deixei também de comer peixe, mas as idas ao Suribachi deixaram de ser tão assíduas como no início, (casamento, filhos, novos empregos, etc) e o estilo de vida macrobiótico que eu tanto ambicionava seguir, na prática, acabou por não ser assim tão rigorosamente seguido.
Hoje em dia viver em sociedade é demasiado tentador, há comida processada e pouco saudável em cada esquina, mais barata até, tão prática e de mais fácil acesso, e confessando, quantas vezes nos sabe bem fazer umas poucas asneiras, que sem darmos conta até se vão tornando rotinas.
Não que eu não fosse saudável, mas passei anos e anos muito longe do meu “ideal macrobiótico”.
A notícia
No passado dia 8 de Fevereiro (2018), dois meses sensivelmente depois de ter completado 50 anos, foi-me diagnosticado um cancro da mama.
Foi como se um machado tivesse aterrado na minha cabeça, e a primeira reação foi de incredibilidade.
“não é possível, isto não é comigo”
Não vou agora entrar em relatos pormenorizados sobre estes últimos dias, não é o intuito deste post, caso queiram seguir o meu dia-a-dia pós diagnóstico podem aceder a uma nova conta do instagram que criei – @pcalheirosb, ou ouvir os meus podcasts no Soundcloud – procurem por Viver o Porto.
My Biggest Battle
Acredito que os cancros aparecem precisamente para nos chamar a atenção de algo.
Algo no nosso corpo que se manifesta e que nos diz: hey, tem em atenção o teu corpo, o teu estilo de vida, controla o stress, desacelera, alivia esse trauma, escuta o teu interior, …..
No meu caso, o cancro só se pode estar a manifestar para insistentemente me perguntar:
Então por que ainda não te decidiste a viver em pleno esse teu estilo de vida que preconizas? Está na hora!!!
A verdade é que no momento em que interiorizei que de facto estava com cancro, que sim, era comigo, automaticamente todas as prioridades se alteraram, a vida ganhou um novo sentido, e na minha cabeça tudo começou a alinhar-se:
“sempre soube no meu interior que um dia ia viver em pleno o estilo de vida natural, um estilo de vida de acordo com os princípios da macrobiótica, era assim que teoricamente era feliz, mas andava a adiar.
Chegou a hora”
My Biggest Battle é a minha luta contra um cancro, mas também o encontro com algo novo em mim, como uma nova oportunidade.
Porquê esta partilha?
O cancro da mama é uma realidade cada vez mais frequente, que afecta milhares de mulheres.
Existe. Bate-nos à porta, e se bem que provavelmente já não vamos morrer por causa dele, quando nos acontece a nós, é brutal.
É importante prevenir, é importante partilhar, é importante falar nele.
E cuidar muito bem de nós, ouvir o nosso corpo, ouvir os sinais do nosso corpo, parar, desacelerar.
Cuidem-se bem, agradeçam, a vida são dois dias. 🙂
Obrigada desde já pelo carinho.
PT
O Viver o Porto segue os seus posts normais de partilha do que acontece pelo Porto, Portugal e mundo já a seguir 🙂
Os posts sobre #My Biggest Battle foram pontuais, mas essenciais.
A minha vida mudou drasticamente, e depois de um diagnóstico de cancro, a perspectiva com que olho para o Porto, para Portugal e para o Mundo muda também inevitavelmente 🙂
EN
The normal posts from Viver o Porto of sharing places and events in Porto, Portugal or the World will go on right after this.
Posts about #My Biggest Battle were few, but essential.
My life changed drastically, and after a cancer diagnosis, the perspective I see Porto, Portugal or the World also changes drastically 🙂
#My Biggest Battle
PT
Para acompanhar mais de perto a evolução dos meus dias pessoais depois de diagnosticada com Cancro da Mama pode seguir a conta de Instagram @pcalheirosb, ou ouvir os podcasts do Viver o Porto no Souncloud com o tema#my biggest battle.
Releia o anterior post sobre o assunto aqui.
EN
If you want to follow closely my daily life after the breast cancer diagnosis, you can follow instagram account @pcalheirosb, or listen to Viver o Porto on Soundclound, under the theme #my biggest battle.
(ENGLISH VERSION)
My Biggest Battle
My life with breast cancer
My biggest battle.
Thirty years ago I decided to stop eating meat.
It all started because I wanted to loose some weight, but I started reading a lot in order to loose weight the right way, and came across interesting books about macrobiotics and natural living.
It all made sense to me, and I became very enthusiastic about it.
Curiously, by that time in Porto, the only alternative restaurant where no meat was served was Suribachi, a macrobiotic one, and still existing today.
It was a restaurant, with a shop with a great variety of products and therapies.
It became almost my second home, and macrobiotics turned out to me the ideal way of living. I did inclusive some cooking classes and was always saying:
“If one day I pass through a bad disease,
I will know how to cure myself through food and macrobiotics”
Years went by and I never ate meat again, I even stopped eating fish as well. But my routines to Suribachi slowed down, (I got married, kids, new jobs, …) and my ideally macrobiotic way of life was not being a plain routine.
Nowadays society is too tempting, processed and bad food is in every corner, cheaper and easier to find, and confessing, some times we feel like eating some bad things and even they can turn to routines.
Not that I was living totally unhealthy, but my ideal macrobiotics way of life was a little bit far away.
The News
Last 8th of February (2018), almost two months after turning 50 I was diagnosed with breast cancer.
It was like a bomb falling to my head, and first reaction is not believing:
“This is not possible,
this is a wrong message for me”
I will not go through all the details about my recent days after the diagnosis, it is not the intention of this post, but if you want to follow closely, I created a new instagram account @pcalheirosb, or you can listen to Viver o Porto podcasts on Soundcloud, under the theme #my biggest battle.
My Biggests Battle
I believe cancers appear precisely to claim notice for something.
Something in our body is struggling and body needs to say: hey, take care with your body, your lifestyle, control your stress, slow down, relief your trauma, listen to your interior,…
In my particular case, cancer is manifesting itself to insistently ask:
So why didn’t you still decide to a full macrobiotics and natural lifestyle that you so much praise? It’s time!!!
To be truth, is that the moment I interiorised that I was really having cancer, it was happening to me, automatically all my priorities changed position, life gained a new sense, and in my head everything started to get aligned:
“In my interior I always knew that one day I would be living a natural lifestyle, a lifestyle accordingly to the macrobiotics, that was the wau ideally I was happy, but I was postponing it.
Time has arrived”
My biggest Battle is my struggle against cancer, but also the new phase embracing something new in me, as a new opportunity.
Why the need to share this
Breast Cancer is a more and more frequent reality, affecting millions of women.
Exits. Comes to our doors, and despite the fact we won’t probably die from it anymore, when it happens to us, it’s brutal.
It is important to prevent it, it is important to share, it is important to talk about it.
And take care of us, listen to our body, listen to the signs of our body, slow down.
Take good care of you, be grateful, life is short. 🙂
Thank you so much for your tenderness.
Leave A Comment